Rodrigo Duarte
Mediadora: Giorgia Cecchinato
Quinta-feira > 19/10/2017 > 10:30 ∇ Auditório da Escola de Música
Num texto redigido em 1963, intitulado “Due ipotesi sulla morte dell’arte”, Umberto Eco retomava a tese hegeliana sobre o fim da arte à luz dos acontecimentos culturais ocorridos entre o final do século XIX e a primeira metade do XX, observando que, por um lado a arte tinha se tornado tão dependente de considerações intelectuais, que uma interpretação mais literal das Preleções sobre a estética parecia ter se tornado possível. No entanto, inspirado pela “estética da formatividade”, de Luigi Pareison, Eco aventou a possibilidade de uma segundo hipótese sobre a “morte da arte”, tendo em vista um elemento de elaboração formal das obras que se sobreporia a quaisquer análises intelectuais que delas se fizesse. Tendo em vista que o enfoque de Eco sobre o fim da arte parece não fazer jus a toda a complexidade dos fenômenos posteriores à redação do referido ensaio – mais adequadamente abordados pelo ponto de vista análogo de Arthur Danto quase vinte anos depois –, proponho na minha palestra me deixar inspirar apenas pelo título do texto do pensador e romancista italiano, explorando dois modos diferentes de entender o tema do fim da arte – o de Theodor Adorno e o de Vilém Flusser –, que, afinal de contas apontam para uma mesma causa, a saber o descomunalmente grande espaço ocupado pela cultura de massas no cenário contemporâneo (a indústria cultural, para Adorno, e o predomínio das imagens técnicas, segundo Flusser).